sábado, 9 de novembro de 2013

Micromaldição

Sempre quis saber por que alguns projetos que eu tinha em minha vida corriam fluidamente para sua realização nas fases iniciais e, quando finalmente chagava o dia fechar determinado contrato para concretizá-lo ou de receber o dinheiro para sua efetivação, a outra parte simplesmente me ligava comunicando desistência do negócio ou voltando atrás no que já estava combinado havia meses! E, como uma digna criança que desconhecia as leis do universo, eu chorava, reclamava e xingava todos os panteões de deuses do plano terrestre. Paguei um preço alto para aprender que uma lei impiedosa pairava sobre minha cabeça como uma guilhotina. E o que ensinarei agora consiste em como não armar essa lâmina feroz. Bem vindo ao mundo das micromaldições.

                As maldições

                Felizmente, a magia existe e, conseqüentemente, as maldições também. Para sorte de muitos, quase ninguém entende o funcionamento das leis ocultas e, sem tal conhecimento, é impossível lançar uma maldição de gente grande. Por isso, trataremos das de menor escala, pois as maiores são super raras e sua confecção obedece a leis muito diferentes daquelas com as quais lidamos corriqueiramente.
                Primeiro, vamos entender um pouco de magia, que se resume basicamente em intenção e energia. Obviamente, um mago treinado e desenvolvido domina muitos poderes, mas tudo nasceu da intenção e da energia. O mago é um ser dotado com uma forte vontade e possui um arsenal enorme de técnicas para adensar e direcionar quantidades colossais de energia ou fluidos etéricos, os quais são utilizados para alcançar qualquer coisa. Os magos têm um conhecimento vasto sobre as leis do universo, e, por causa desse conhecimento profundo e prático, são livres, de uma forma pouco concebível para o senso comum. Nesse tópico, evitarei descrever técnicas de adensamento de energia e de fortalecimento da vontade, a fim de não possibilitar o uso imprudente, afinal, não é preciso muito para causar danos a uma pessoa comum, que não sabe se defender de ataques psíquicos.
As maldições que foram fabricadas por mestres muito bem treinados são geralmente usadas como lacres para proteger locais sagrados ou instrumentos mágicos e são tão poderosas que as intenções ali colocadas ficam mais fortes com o passar do tempo. Seu avassalador poder destrutivo já foi vivenciado por vários exploradores e arqueólogos que ousaram profanar certos locais, por exemplo. É compreensível que os veículos da informação abafem tantos desses casos, pois não é de seu interesse que as massas se sintam envolvidas por tais assuntos (segue abaixo um link com vídeos bem ilustrativos de alguns desses fenômenos). Mas essas maldições são fabricadas com consciência e fluidos etéricos poderosos são empregados no processo. No caso das micromaldições, elas são forjadas por qualquer pessoa e seu poder é significativamente mais limitado. A força desses fenômenos deve ser avaliada em termos quantitativos e, mesmo sendo de muito fácil anulação, uma pessoa que nada sabe sobre proteções psíquicas será ferida gravemente por ataques de pequenas dimensões. Não se engane, portanto. O estrago causado por esse tipo de ataque é devastador, visto sob a perspectiva de que é como se lhe atirassem pequenas pedrinhas de forma incessante e em um mesmo ponto. No início, nada se sentiria, mas, depois de alguns dias, já teríamos um ferimento. Imagine esse processo estendido em alguns anos ininterruptamente...

Como funciona?

                Basicamente, toda pessoa frustrada em algum aspecto em que você é bem sucedido irá lhe enviar uma micromaldição. Isso mesmo! Sempre que você estiver bem trajado e com boa aparência, todos aqueles que se sentirem em desvantagem irão enviar uma freqüência de destruição para você, afinal, sua presença elegante e imponente está roubando toda a atenção, minimizando as chances de os outros conseguirem o mesmo êxito. E isso ocorre em tempo integral. Quando você tem mais dinheiro, quando possui uma mulher linda como acompanhante, se for notavelmente mais inteligente, se tem um relacionamento bom com seus filhos, tudo é motivo. Mas se você for genial e pleno, então, prepare-se: agora sua cabeça está a prêmio! 
                Vimos isso acontecer recentemente com o empresário Eike Batista. Enquanto ele estava no anonimato, seus negócios floresceram, até que os meios de comunicação anunciaram-no como o 7° mais rico do mundo. Acrescenta-se o fato de ele ter tido a grande ideia de revelar isso para o Brasil e para o mundo. É claro que um homem que ostentava tal status e que sustentava a imagem de que não havia nada intangível para seu alcance, com aquele olhar de plenitude e sucesso, não poderia dar em outra. Tal exibição de triunfo acionou um exército de frustrados que não possuíam o mínimo de inteligência para alcançar o que Eike conseguiu conquistar. Então, em silêncio, uma nação torcia por seu fracasso, afinal, nessas terras, nada se dá. Somente florescem bandas de funk, pagode, axé e Neymar.
                Sem dúvida, o atual falido empresário cometeu vários erros, mas é justamente isso que as emanações negativas o compelem a fazer: elas embaraçam seus sentidos, de forma que erros primários são cometidos. Como meio de comprovação, basta olhar para as manchetes. Veja como o nosso país celebra descaradamente o fracasso desse empresário. É quase possível ouvir as gargalhadas malignas cada vez que o nome Eike Batista é citado.  E muitos outros casos podem ser citados, tais como o de Anderson Silva, Airton Sena, Bruce Lee, etc. Então, aprenda uma coisa: se você pouco ou nada sabe sobre proteção psíquica, é melhor não falar do seu sucesso ou sobre seus planos para ninguém. Quando eu digo ninguém, quero dizer ninguém absolutamente, afinal, os ataques mais fortes são provenientes inclusive dos familiares. 
 
   Como me proteger?
                Bem, existem várias formas de desviar esses ataques, embora eu apenas possa ensiná-las pessoalmente e não por um texto. A melhor coisa, a princípio, é ficar calado e não mostrar que tudo está indo tão bem como se esperava. Sempre que for interrogado sobre sua vida pessoal, procure desviar-se com perspicácia do assunto e, se for sobre negócios, nunca revele detalhes. Diga sempre que “as coisas estão indo”... Afinal, para quê as pessoas de fato precisariam dessas informações?
                Lembre-se de que pessoas comuns falam sobre pessoas e pessoas geniais falam de ideias. Então, pare de falar sobre si mesmo e vá filosofar, encontre assuntos mais interessantes. Mas, se quiser continuar se mostrando para o mundo, esteja pronto, pois, muito provavelmente, quase todos que você conhece aguardam ansiosamente a sua queda. O segredo de uma vida feliz, portanto, está em ser discreto.
Ah! Isso inclui se expor menos no Facebook...    
                               
                     
               

                

sábado, 24 de agosto de 2013

Do que você pensa que gosta?

Muitas vezes insistimos com padrões de comportamento destrutivos, com relações desgastantes e contraproducentes. E, mesmo que pagando um preço alto, nossa única justificativa é a de que gostamos de determinado hábito ou de alguém. Neste texto, vou revelar o segredo de como ter uma vida plena e rica em todos os sentidos, quando você, então, passará a entender que, na verdade, não gosta de nada nem de ninguém, mas, sim, habituado a uma certa condição. E o segredo do sucesso é nos habituarmos às coisas certas.

Animais de hábitos

Sei que é embaraçoso admitir certos aspectos de nossa natureza, mas, quanto mais entendemos o psiquismo humano, mais concluímos que a maior parte de nosso cotidiano é regida por nossos instintos. Por mais que tenhamos nos autopromovido ao status de Homo sapiens, no fim, somos apenas animais bípedes e trôpegos. E poucos são aqueles que conseguem pensar por conta própria, seguindo, então, por caminhos menos convencionais e menos nebulosos. Mas qualquer um pode aprender as regras do jogo e como usá-las a seu favor. Só assim ingressamos no seleto clube dos Homo sapiens!
Temos uma tendência muito evidenciada de valorizar as coisas e as pessoas de quem gostamos em detrimento de todo o resto, como se nada mais tivesse o mesmo brilho ou sabor. O nosso é sempre o melhor e mais apetitoso, mas, na verdade, você só está acostumado, habituado e condicionado a usar aquele produto ou a conviver com aquela pessoa. Acaso você já viu alguém tragar um cigarro pela primeira vez e expressar aquele prazer enorme que alguns fumantes veteranos sentem depois de passar um tempo sem os benditos nocauteadores de pulmões? Geralmente, o novato inexperiente engasga, exibe uma expressão de terror, como se o próprio famigerado Jason o estivesse estrangulando. Mas o gênio, mesmo depois dessa experiência aterradora, continua insistindo até que, um belo dia, não consegue mais deixar de ser uma chaminé e embora tal vício implique uma verdadeira sentença de morte, são poucos os que conseguem superá-lo. Muitos trocam ou trocariam a vida por mais algumas tragadas. O mesmo se aplica aos relacionamentos, afinal, ninguém encontra uma pessoa uma única vez, independentemente do quão simpática e interessante ela seja, e, no final do encontro, quando ambos se despedem, ninguém entra em uma crise de choro, argumentando que não vive mais sem a outra, tampouco procura um terapeuta para superar a separação. Normalmente, voltamos para casa e, em muitos casos, não damos muita relevância ao primeiro encontro. Contudo, bastam alguns meses para que uma pessoa sem importância nenhuma para sua vida se torne a mais insubstituível de todas. E o pior é que, geralmente, escolhemos as mais desinteressantes. Parece que só almejamos companhia para ir ao cinema ou para prestar uma satisfação social. Porém, na maioria dos casos, uma árvore desempenharia o mesmo papel que a pessoa escolhida para ser a cara metade.
Os exemplos acima foram apenas para dar uma idéia remota do poder de um hábito, pois, obviamente, eles também estendem seus tentáculos para todos os aspectos do nosso ser, moldando e definindo vidas e aumentando ou aniquilando chances de sucesso. Portanto, se você almeja algo, é melhor viciar-se em todos os padrões que possam te conduzir a seu objetivo.

Quer ser bem sucedido? Aja como uma pessoa bem sucedida!

Infelizmente, o mundo criou um estereótipo muito pobre do que é ser bem sucedido e nós, brasileiros, cultivamos essa perspectiva medíocre, que se acha bem enraizada em nossa cultura. Temos a tendência de achar que ser uma pessoa de sucesso equivale a possuir muito dinheiro. Claro que o dinheiro integra o processo, mas não é o requisito decisivo. Então, sejamos mais abrangentes aqui, pois conheço muita gente milionária e com carreiras impecáveis e consolidadas, mas que ainda não são pessoas bem sucedidas e nem se sentem como tais simplesmente porque existem outros pilares em suas vidas que estão na mais completa ruína.
O grande segredo para se alcançar a plenitude é começar a viver agora, neste exato momento, como gostaríamos que nossa vida fosse realmente. Mas isso envolve uma reavaliação de todos os nossos hábitos. O que você faz agora condiz com suas aspirações ou te impulsiona rumo ao objetivo almejado?  Sabendo disso, você só precisa, literalmente, viciar-se em pessoas, lazeres e em ambientes que não te onerem, mas, sim, bonifiquem, o que não significa andar com pessoas ricas e muito menos frequentar restaurantes caros. Devemos buscar pessoas plenas, ambientes leves e alguma forma de entretenimento que agregue tudo isso e ainda traga saúde e muito prazer. Devemos nos viciar ao que nos confere lucro e riquezas universais, em todos os aspectos de nossa vida. Quando focamos apenas no dinheiro, viramos garotas de programa. Elas vendem o sexo, enquanto muitos de nós vendem tudo! Então, pondere o que não está lhe rendendo retorno pleno e troque. Dinamize os focos de energia estéril em sua vida.
E lembre-se de que não é fato que você não goste de ler, de ir ao teatro, nem de fazer exercícios. A questão é que você apenas não está habituado a tais atividades. Não existe caminho para o sucesso, pois o sucesso é o caminho. Basta se habituar a ele.

Como criar o hábito

O hábito apresenta uma fórmula para ser construído e, para criar um bem sólido, é preciso conhecer a ciência por trás de sua criação.
Basicamente, precisamos repetir algo com frequência, a fim de que a atividade em questão faça parte do nosso ser. Mas apenas repetir não basta, pois é necessário tempo e certa constância. É suficiente manter a constância por um período de três meses, pois a fixação se inicia exatamente nesse prazo e, caso o hábito seja mantido por mais um trimestre, o vício pode ser considerado consolidado. Fácil, não é?
Então, recomendo que, no início de qualquer atividade, o enfoque não recaia sobre os resultados e, sim, na construção do novo hábito, pois, quando sua criação estiver edificada, torna-se um ímpeto automático. Afinal, alguém te convenceria a sair de casa sem escovar os dentes pela manhã? Pois bem, o fato de quase ninguém suportar a idéia de não escovar os dentes ao acordar é simplesmente um exemplo de um hábito muito bem construído. E o segredo do sucesso é construir apenas hábitos saudáveis e que acarretem retornos positivos. Além disso, também é imprescindível romper logo no início as relações e atividades que nada prometem além de muitas perdas. Lembre-se de que um hábito bem construído é um padrão para toda a vida, apenas foque em sua concepção, pois o resto será apenas conseqüência. No fim, basta relaxar e colher os frutos.

O caminho do prazer

Você já deve ter percebido que nosso corpo é uma máquina de sentir prazer, um arranjo multissensorial. Na verdade, essa é a única forma de ensinar ao nosso corpo, através do prazer. Sempre que iniciar uma atividade qualquer que resulte em muita dor e desconforto ao corpo, ele irá rejeitar a hipótese de repetir a dose. Isso é porque você causou um trauma em todo o seu sistema sensorial e, agora, aquele ato ficou registrado em seu psiquismo como algo que machuca e fere o corpo. Por isso, tantas pessoas não conseguem se exercitar, pois elas transformam qualquer modalidade em uma requintada sessão de tortura. Obviamente, após uma experiência tão cáustica e sofrida, quem gostaria de repeti-la?
Então, comece com novos padrões de forma bem prazerosa, afinal, o importante não é a quantidade e, sim, a constância. Quer emagrecer? Então, não comece com uma dieta, mas faça, primeiramente, uma redução do contingente normalmente ingerido. Isso é menos agressivo e é mais adequado que partir logo para uma restrição alimentar. Poucos são os que obtêm sucesso com mudanças bruscas. A princípio, reduza sem alterar seu cardápio corriqueiro e, quando essa situação se tornar confortável, passe a acrescentar elementos de uma dieta em seu cotidiano. Assim, de forma prazerosa e gradual, dificilmente você fracassará. O mesmo se aplica aos exercícios físicos. Se for caminhar encerre a atividade antes do prazer acabar, pois, lembre-se de que o corpo precisa sentir deleite. Assim, tornamos o processo fluido, pois estaremos apenas trocando um prazer por outro. Seguindo essa linha de raciocínio, portanto, se quiser tornar-se um leitor voraz, basta começar com apenas uma página por dia.
Essa é a forma mais fácil de se conceber um hábito. Não importa o tempo, a quantidade ou os resultados, mas, sim, a constância prazerosa. Somos um complexo sensorial e o prazer, portanto, constitui nossa maior busca. Respeite essa premissa básica e tudo será possível.

Seja genial

Agora é só dar evasão às coisas boas e edificantes que você sente latejar em seu interior. Perceba o que você realmente almeja e estabeleça uma aliança com tudo aquilo que o eleva. Torne-se genial, seja tudo aquilo que você pode ser e habitue-se a essa invencível condição!  
    

Autor: Roger Ramos


sábado, 3 de agosto de 2013

Vampiros





O vampiro é um dos personagens mais adorados da imaginação e sua origem é tão sombria quanto as sombras dentro das quais este ser aguarda suas vítimas. É óbvio que esses seres existem, embora a realidade não seja tão charmosa e sexy quanto é na fantasia. E, na maioria dos casos, o vampiro não vem de um lugar distante e não precisa pedir permissão para entrar em sua casa, sendo bem provável que ele já more com você e, talvez, pode até ser um dos seus pais ou namorado(a).

Todo mundo já deve ter se encontrado com um amigo ou um desconhecido e, logo em seguida, ficou esgotado e sem forças. Se isso aconteceu com você ou está acontecendo, é certo que você travou contato com um vampiro. Sua energia vital foi extraída do seu sistema, de seu sangue e você sentiu os efeitos de uma típica depleção energética.

Esse texto é para te ajudar a reconhecer um vampiro comum, pois existem muitos por aí, porém, utilizando sempre a mesma tática, que consiste em roubar toda a atenção de suas vítimas.





Por favor, me ame!





Como já comentado em outros textos, nossa sociedade tem o grande hábito de cultivar conceitos sem saber o que realmente são. Portanto, para começar a desfazer os mitos, vou, primeiramente, elucidar o amor, pois nunca vi algo confundir tanto nossa cultura. Cada um expõe sua versão, relaciona com mil e uma expectativas, de forma que a afirmação “eu te amo” se tornou assustadora a meu ver. Afinal, dependendo da história de vida da pessoa que o afirma, de seu desenvolvimento pessoal e com quais expectativas ela relacionou tal famosa frase, ela pode ser a maior das maldições que alguém poderia lançar, pois, quando, em geral, alguém declara que ama outra pessoa, na verdade, legitima-se que, a partir daquele momento, você se tornará escravo e supridor de todas as carências daquele que diz amar. Por isso, cuidado com aqueles que declaram amar intensamente. Você pode estar conhecendo seu futuro ditador.

Mas como o amor se relaciona com o vampirismo? Bem, é pelo fato de o amor, na verdade, não se tratar de um sentimento. O amor é uma ação, a ação de prestar atenção. Todas as vezes em que você presta realmente atenção em algo ou em alguém, você está amando o objeto de sua atenção, pois projeta-se energia vital para o ser observado. Por isso gostamos tanto de receber atenção e almejamos intensamente a fama, pois o fato é que, quando alguém presta atenção, nós estamos sendo energizados, a pessoa em questão nos transformou em seu ponto de interesse  está nos enviando muita energia . Agora, imagine a quantidade recebida por um artista com uma platéia gigantesca. Ele recebe força e vitalidade inimagináveis e, por isso, faz tudo para manter os holofotes sobre si. Não se trata de dinheiro, pois a maioria já tem mais do pode gastar. Eles mantém suas performances para focalizar as atenções. E é essa transferência de energia dirigida para outrem que se denomina amor. Então, se você não estiver prestando realmente atenção, você não está amando nada e nem a ninguém.

O problema é que essa energia que nós recebemos dos outros é extremamente prazerosa, viciante e ela é necessária para a construção de um psiquismo forte e saudável. Mas essa construção deve ser sedimentada na infância, sendo os pais responsáveis por prover seus filhos com essa energia, o que, infelizmente, raramente acontece. Quando uma pessoa cresce com essa carência de atenção ou amor, torna-se um adulto com bases energéticas muito frágeis, passando a ser compelido automaticamente a compensar tal débito com a energia dos outros e se tornando um vampiro legítimo. Entendido agora?




 Dramas de controle




É atributo da natureza humana refinar hábitos e desenvolver ciências e, como não poderia ser diferente, sofisticamos, também, a arte de roubar a atenção ou amor alheios. A essa “tecnologia” conferimos a denominação “drama de controle”. E é sobre essa forma de vampirismo que vamos falar agora.

Basicamente, a técnica consiste em chamar e prender a atenção de uma pessoa.  Existem alguns métodos bem comuns que serão descritos, a fim de que você possa perceber rapidamente esse tipo de ataque. Ensinarei, também, como quebrá-lo. 




            O “coitadinho de mim”



Esse é o método mais comum e, também, o mais fácil de ser quebrado. Basicamente, a pessoa que tenta roubar sua energia se faz de vítima, o mundo inteiro parece estar contra ela e, segundo seu discurso melodramático, ninguém gosta dela, também. Esse tipo de pessoa é muito fácil de detectar, pois reclama a todo o momento. Reclama do trabalho, da saúde, dos filhos, do clima, de falta de dinheiro, ou seja, a lista não tem fim. E, quando você soluciona o problema para ela, automaticamente, será levantada uma nova barreira. Então, você tenta uma solução ainda mais criativa, mas, para sua surpresa, a criatura já está com outra dificuldade na ponta da língua e, ainda por cima, com lágrimas nos olhos. Tadinho! Contudo, você precisa entender que ele não quer soluções, mas, sim, sua atenção e, portanto, nada mais eficiente que chorar e travestir-se de fraco para que todos lhe devotem toda atenção ou amor. Nossas mentes judaico-cristãs não resistem a um rosto lavado por lágrimas, afinal, nosso mais expressivo símbolo de devoção é a imagem de um homem agonizando numa cruz.

Para quebrar o ataque de um "coitadinho de mim", basta não mostrar o menor interesse por seus dramas. Rapidamente, ele o deixa em paz e vai em busca de outra pessoa que não contorne suas artimanhas. Além disso, evite o remorso por ignorá-lo, pois o ator descrito não teve escrúpulos ao lhe drenar e acabar com o seu dia. 




           O distante



Agora entramos no terreno dos casais, pois, nesse contexto, alimenta-se o mito de que a atenção que recebem mutuamente vai durar para sempre. No início da relação, costumamos ficar fascinados com a quantidade de energia que recebemos do ser amado. É tanta energia que passamos a ver o mundo mais colorido, os olhos cintilam, o corpo parece mais leve e a vida passa a fazer sentido. Mas todos esses efeitos ocorrem justamente porque a energia trocada pela atenção absoluta que é reciprocamente ofertada no início somada à mágica da energia sexual gera um frenesi. O par de pombinhos se entrega à ilusão de que se bastam e, assim, não tarda para que se desconectem da fonte cósmica de energia. Por fim, quando a novidade se arrefece, também se esvai a atenção ou o amor conforme explicado acima. Então, a energia, outrora farta, finda e o casal se vê impelido a contrabandear amor mutuamente. Os casais, geralmente, usam todos os tipos de drama de controle. São vampiros de primeira categoria.

O processo, numa ordem progressiva de desenvolvimento, costuma se dar da seguinte forma: 1) em conflito, qualquer um dos dois costuma se isolar e ficar com aquela cara de paisagem distante e misteriosa; 2) o distante anseia que você faça a pergunta mágica (“o que você tem?”); 3) pronto! Ele, agora, sabe que tem sua atenção e não vai abrir mão dela. Tenderá a manter o ar distante e misterioso até...; 4) caso você resista em dirigir sua atenção ao peregrino dos áridos desertos, ele geralmente troca o drama, tornando-se mais agressivo.

A melhor forma de desarmar esse personagem é orientando a pessoa a não prosseguir com aquilo, disponibilizando-se para ouvi-la quando desejar procurá-lo ou quando seu humor estiver mais apaziguado. Logo em seguida, retire-se e vá cuidar dos seu projetos e tarefas, não alimente o ciclo.





O interrogador



Esse é o método predileto dos vampiros que ocupam cargos de gerência ou liderança. O drama costuma se desenrolar mais ou menos assim: 1) uma pessoa lhe dirige várias perguntas até que você cometa um erro e se martirize por isso; 2) assim, ele tem sua atenção e o subjuga e, agora, você se vê rebaixado e burro, permitindo que sua energia seja roubada facilmente.

Trata-se de um método muito eficaz e, a cada ataque, a vítima se sente cada vez mais fraca e sob controle, uma vez que se sente inferior, tornando-se suscetível a outros vampiros eventuais, independente do recurso de ataque habitual. Para quebrar esse tipo de ofensiva, peça à pessoa que pare de lhe fazer tantas perguntas e que o deixe em paz. Mas, caso seja o seu chefe, simplesmente não se envolva emocionalmente no interrogatório e, tão logo ele perceber sua impenetrabilidade, não recorrerá mais à agressão psicológica. Obviamente, os chefes costumam ser os piores vampiros e utilizam todos os dramas com proficiência, pois estão no topo da cadeia hierárquica, não sendo necessário ocultar sua tirania.

Tenha cautela! Se necessário, mude de trabalho, pois os estragos no seu psiquismo podem ser irreversíveis.



O agressor



Esse é o método mais degradante de todos. Basicamente, o vampiro rouba a atenção e subjuga sua vítima através da agressão física e verbal. É por isso que assassinos costumam relatar um prazer imenso ao tirar a vida das suas vítimas. Claro que, nem sempre, uma pessoa que utiliza esse drama chega ao ponto de matar alguém. Mas não se deve tolerar uma pessoa com o perfil descrito em nenhuma hipótese.

Para não atrair esse tipo de vampiro, nunca passe uma imagem fraca, de uma pessoa que não sabe se defender. O psiquismo de uma pessoa com esse tipo de drama de controle funciona como a de um predador: ele só ataca os fracos, os doentes, os vulneráveis, por fim. Se um dia se deparar com um desses, enfrente! Baixe a cabeça e nunca mais terá sua vida de volta.




 Somos todos vampiros


Todos nós temos dramas de controle e, antes de sair diagnosticando-os nos outros, olhe para si e elimine os que você identificar. O furto de atenção, amor ou energia de outrem não é saudável para nenhuma das partes.

Por outro lado, o vampirismo é, em alguns meios ocultistas, uma ciência que transcende a descrição que expus aqui. Mas os tipos aqui explicitados são os mais comuns e, dificilmente, você encontrará uma pessoa assumidamente vampira com técnicas mais sofisticadas para roubar energia. Um ataque de um vampiro real e treinado vai exigir um outro tipo de defesa. Entretanto, tranqüilize-se, pois eles são raros. Os mais corriqueiros e que atuam na nossa vida não são poderosos, tampouco fascinantes, sendo apenas pessoas comuns, pagando o preço por terem nascido num berço onde o essencial fora esquecido.

Por favor, preste atenção nos seus filhos!

Autor: Roger Ramos

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Árvore da Vida







Ando, paro, penso e volto a caminhar, sempre sentindo o pulsar vital inerente a cada beleza casual. E o que concluo é que a criação é o motor das circunstâncias, pois é do barro, da matéria disforme que compõe a terra que o lótus constrói com minúcia e perspicácia seu perfume, pétalas e raízes, num rearranjo único e novo.

Vejo também que a vida dança num ritmo descompassado, que se dirige a algum lugar que, aparentemente, já conhece, explorando as possibilidades que não param de despontar nos infindáveis horizontes. Essa aparente coincidência, essa ordem sutil que se traveste de caos e toda essa avassaladora beleza que insiste fingir-se de mero acidente me embriaga e me liberta dos julgamentos, das armadilhas intelectuais sem propósito e, principalmente, da dúvida. O que sobra é, mais uma vez, o pulso criativo, a trepadeira que cresce sem controle dominando grades, muros e prédios inteiros...

Minha caminhada é sobre uma estrada branca cujo destino ainda não está demarcado e nunca poderá estar, pois as rotas ora se sobrepõem, ora se ramificam num desenho sem simetria, contanto que não há volta nem chegada possíveis. Então sei que, certamente, terei de fechar os olhos em alguns instantes para perceber que o ar que inalo e exalo e que distribui o oxigênio para toda a extensão de meu corpo é algo tão mágico quanto o meu trajeto. Meu caminho está repleto de pedra e areia e o ar que me invade os pulmões tem diminutas partículas de pó que meu corpo é capaz de filtrar, mas, além disso, minha estrada também é uma materialização da música harmoniosa que meus pensamentos emanam e o meu ar é um dos aspectos da energia vital. Impossível não descobrir, portanto, que a arte de ousada beleza vibra em meu peito, permitindo que tudo viva, sobreviva e funcione de forma simples, porém engenhosa. Em mim repousa nada menos nada mais que a arte de intercalar matéria, espírito e divindade.

Absorto nessa forma interligada de interpretar meus passos, encontro muitas outras respostas, como o conceito universal do próprio amor. Defini-lo equivale a vivê-lo, significa fazer da própria vida um conjunto de experiências intensas, criadoras e divinas, que são possíveis apenas quando reencontro a linha sinuosa do meu caminho familiar. É agora que compreendo, também, o autoconhecimento e suas doces consequências. Trata-se do mesmo processo feito pela catadora de feijões de todas as manhãs que, insistentemente, recolhe pedras, estragos e impurezas para, finalmente, isolar os grãos saudáveis. Quando faço o mesmo, vejo que as minhas sementes de feijão não apenas se tornam visíveis para mim, como também parecem desejar criar o que ainda não imagino.

Visualizo minha árvore da vida com toda sua sabedoria e orgulho-me enormemente em confessar que eu a descobri por mim mesmo, sentindo muito medo, embora não paralisado por ele. E, agora, não importa que rota escolha, sou sempre capaz de encontra-la no mesmo lugar, com a mesma nudez e imponência. Mas hoje, quando a vi pela enésima vez, percebi que seus botões haviam sido abertos, tingindo céu e terra de um índigo violáceo ao qual meus olhos demoraram a se adaptar. Uma abelha frenética impregnaria o corpo com o pólen, que seria inserido no ventre de outra flor, os princípios macho e fêmea se amariam, gerando uma semente maciça que, encontrando um bom solo, germinaria e passaria a ser um novo ente, com outros saberes, outros feitiços. 


Autora: Leticia Braga