terça-feira, 5 de agosto de 2014

Para que você serve?

 


   Por favor, não fique ofendido com a pergunta tão direta, mas é chegada a hora de nos confrontarmos com nossa imagem no espelho e questionar nossa real utilidade. Isso mesmo! Pois fomos criados iludidos, ouvindo que todos somos especiais. Mas a verdade é que não o somos, embora tenhamos em nós a capacidade de fazer algo com nossa matéria prima. Assim como transformamos minério de ferro em aço, silício em microcontroladores, cimento em infraestrutura e assim por diante, devemos fazer o mesmo com nosso ser. Além disso, essa afirmação de que todo ser humano é especial e único nos torna arrogantes e acomodados e esse texto é para te motivar a se levantar e entrar na forja quente da vida, quando, após muito trabalho, marteladas e aparos, você poderá se considerar um ser útil e único.    


Buscando o seu valor


   Agora, comece respondendo à pergunta acima, buscando em você alguma utilidade. Mas não vale responder que é um bom pai, uma boa mãe, nem que você é um cara legal e trabalhador. Afinal, meu cachorro também é super amoroso, cheio de alegria, dotado de um notável instinto paternal e obedece a todos os meus comandos, embora isso não o torne especial. Ele continua sendo um cão comum, como outro qualquer.
    Gostaria que você elaborasse uma lista de características e habilidades que o tornam indispensável. É nesse momento que sentimos uma espécie de choque, pois muitos de nós não vão achar nenhum atributo real que os tornem pessoas realmente interessantes. Somos apenas pessoas legais e cheias de boas intenções, mas sem muito valor agregado. Entenda-se por “servir para algo” como produzir conteúdo, gerar recursos e prover algo de que as pessoas realmente precisam. A maioria de nós apenas consome e usufrui do que outros fazem e a proposta aqui é que você se torne um produtor de recursos.


   Eu mesmo, quando fiz minha própria lista, fiquei chocado com a dimensão de minha inutilidade. Eu era apenas um invólucro, repleto de boas intenções, com uma constelação de projetos engavetados e milhões de textos e telas impressos em minha tela mental. Enfim, apenas um mero cara simpático e bacana. Além disso, pouco importa o papel social que você desempenha, pois, mesmo como um médico, um advogado ou como um empresário bem sucedido e rico, você ainda pode ser a pessoa mais desinteressante do mundo. O que sugiro é que você faça algo novo e que te diferencie como ser humano, afinal, a grande maioria dos profissionais, independentemente da área, apenas plagia o conhecimento e os paradigmas daqueles que os antecederam, muitas vezes sem ao menos questionar sua procedência ou fundamento, não muito diferente da condição de um legítimo zumbi. O ataque zumbi já começou. Cure-se! E, cuidado, pois o vírus é transmitido pelo pensamento.   




Cadê o meu amor?!


   Então, costumo me divertir muito com o sentido de autoimportância das pessoas, que passa a ser duramente abalado por não terem encontrado sua cara metade. Obviamente, existem outros fatores determinantes para o insucesso na relações afetivas, mas, definitivamente, para se ter um relacionamento maduro e rico, você deve se perguntar: o que tenho a oferecer?  As pessoas reclamam que não conseguem manter uma relação e meu contra-argumento é que tudo que não possui  peso é levado pelo vento. O que você tem a oferecer? Porque alguém desejaria passar o resto da vida dela com você? Por que beijaria apenas os seus lábios? Por que e por quê? Antes de se intitular como príncipe ou princesa, que tal aprender a tocar piano ou começar a fazer uma atividade física a fim de se tornar realmente atraente? Ou dotar-se de uma bagagem cultural abarcante ou saber confeccionar pratos exóticos típicos da culinária oriental? Atente-se para o fato de que isso seria algo básico, mudanças de relativa simplicidade.
  Entenda que as pessoas bem sucedidas em qualquer coisa colecionam uma série de habilidades que as levaram ao êxito e à maestria. Se quiser ser bem sucedido nos assuntos do coração, o ideal é que pare de almejar a paixão de alguém e mude a estratégia para conquistar o orgulho e a admiração dessa pessoa. Faça com que alguém se apaixone por você e você certamente terá a pessoa em questão por um lapso de tempo, mas se você conquista seu repeito, o tempo deixará de existir. Admito que existem muitas pessoas em minha vida das quais gosto, mas são poucas as que admiro.


E Então?


   Levante-se agora e comece a construir sua coleção de habilidades e potenciais. Mas o mais importante é que não sejam atividades unilaterais, mas que abranjam os universos físico, emocional e mental. Na verdade, o que estou lhe propondo é ainda mais simples: seja um gênio! Pois é difícil e dói muito mais viver numa opaca mediocridade.   

 

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Seja um bom fracassado



    Vivemos em um mundo onde somos cobrados o tempo inteiro para sermos vitoriosos e bem sucedidos. São inúmeros os serviços de profissionais que nos prometem o tão obrigatório sucesso e o tão impositivo papel de líder. Mas ninguém nos ensina a fracassar, fazendo com que você acabe se tornando escravo do sucesso e, então, fracassando. 
    Nesse texto, não quero fazer apologia à derrota. Apenas desejo mostrar que há muita beleza em errar e que a maioria das coisas que você almeja com tamanha sede pode não pertencer a você e que, muitas vezes, desistir também pode ser muito bom e libertador.



Com o que aprendemos realmente?


    Vamos lá. Seja franco comigo. Alguma vez você já aprendeu algo com um acerto? Claro que não, pois o acerto não tem nada para ensinar, ele é apenas um atestado de que você realmente aprendeu. Mas é tradicional o cultivo de certo repúdio, quase irracional, pelo fator que mais nos ensina: o erro. A nossa cultura do sucesso tem nos obrigado a não errar em nenhum aspecto das nossas vidas. Porém, como nós sabemos, isso é impossível.

    Tal realidade tem levado as pessoas a empurrarem os seus insucessos para debaixo do tapete e a não olharem mais para eles, deixando de aprender, consequentemente. Quantas pessoas você conhece que admitem um erro? Vejo todos os dias no trânsito pessoas que entrariam em um octógono de MMA, mas não assumem a culpa pela barbeiragem cometida. Namorados passam horas discutindo a relação para sempre chegar à mesma conclusão: a culpa é sua! Também podemos citar os adolescentes que escolhem cursos inadequados para seus potenciais, embora continuem insistindo, mesmo após constatarem que fizeram uma péssima escolha. Prosseguem desperdiçando uma quantidade enorme de tempo e dinheiro apenas para não admitir um fracasso ao selecionarem suas respectivas carreiras.

    Contudo, essas escolhas erradas, na verdade, só estão revelando um pouco sobre o que a pessoa realmente é e o que ela realmente quer. Porém, quando negamos o erro, não usufruímos da preciosa lição nele embutido. Então, você deixa de entender que será um péssimo médico, mas que, por outro lado, seria um músico genial. Mas ser músico é coisa de fracassado, não é mesmo? Pois, para mim, fracasso é acordar tendo como primeiro pensamento o típico e fatídico “Ai, meu Deus... Segunda feira, não!”. Portanto, comece a aceitar os erros como parte do processo de aprendizado e acerte sempre.



Olha como eu sou feliz!


    Onde vejo as pessoas se negarem mais a errar é no âmbito emocional. Apesar de quase todas as pessoas serem acometidas por algum tipo de depressão, vivemos em uma sociedade onde é quase uma gafe se sentir triste, desiludido e deprimido. Da mesma forma, não podemos sentir raiva, tampouco demonstrar que não gostamos de algo ou de alguém.

    Esse padrão de comportamento vem gerando muitos prejuízos para nosso psiquismo. Sinceramente, parece que somos dotados de maestria no quesito autodestruição. Afinal, conseguimos elevar essa habilidade ao patamar de uma arte refinada.



A tristeza


    Um dos estados mais construtivos, embora também do qual temos uma total aversão é a tristeza.  Trata-se de um ótimo momento para reavaliarmos nosso estilo de vida e, muitas vezes, é causada por algum tipo de luto que deve ser respeitado. Tentar mascarar uma tristeza geralmente a torna mais forte e, agora, sim, sem nenhuma lição proveitosa. Vejo a recorrência disso em términos de relações afetivas, onde muitos casais tentam mostrar para a sociedade uma libertação e uma alegria instantânea após a ruptura, deixando de vivenciar o tão merecido luto, geralmente substituindo o antigo parceiro pelo primeiro mendigo afetivo que passar por perto. Assim, mascara-se a dor, deixando-se de olhar para dentro e aprender com esse momento de introspecção, além da perda de uma valiosa oportunidade de aprender muito sobre si mesmo. Tudo isso porque é feio não estar sempre sorrindo e, então, deixamos a tristeza de lado e colocamos aquele sorriso de plástico no rosto e seguimos nossas vidas sem vivenciar os benefícios que poderiam ser auferidos das crises, vivendo em uma sociedade de bobos alegres.




Desilusão


    Outro ótimo exemplo é quando algo ou alguém não corresponde às nossas expectativas. Ficamos desiludidos, esbravejamos furiosos ou ficamos deprimidos em um quarto escuro. Na verdade, deveríamos cultivar um pleno entusiasmo, afinal, desiludir significa parar de viver uma ilusão. E é muito melhor acordar do que viver em estado de suspensão indefinidamente. É preferível saber de uma vez que um amigo o enganava a viver sendo enganado. Mas nutrimos ódio à realidade e verdadeiro pavor à sua textura sólida e áspera. É muito mais cômodo viver uma doce ilusão, pois ela não exige nada de você. Basta se sentar e viver uma vida pálida, onde nada é questionado.



Acorde do sonho!


    Vamos, então, parar de rejeitar a realidade e interromper este nocivo confronto. Acertar e errar fazem parte dessa jornada e é esse caminho dotado de percalços deve ser vivenciado. Abandone esse seu vício em euforia e passe a perceber os momentos de escuridão, pois é com a chegada da noite que nos recolhemos, recarregamos nossas forças e amanhecemos revigorados para retomar nossa tão diversificada caminhada. 

terça-feira, 11 de março de 2014

A metafísica do amor





Passamos grande parte das nossas vidas buscando uma pessoa para compartilhar nossa existência. Na verdade, essa busca é quase uma obsessão para uma grande parte da nossa sociedade e o mais engraçado é que nunca paramos para pensar o porquê dessa necessidade visceral.
O texto de hoje tratará justamente do lado oculto das relações entre homem e mulher. Vamos entender um pouco sobre a metafísica do amor.

As polaridades da criação

Qualquer estudante de ocultismo já deve ter travado contato com o conceito básico de polaridade que rege todo o universo. Contudo, para não tornar esse texto pesado e técnico, vamos tratar esse assunto da forma mais simples possível.
Basicamente, o que nos interessa é que, quando uma força de polaridade negativa se encontra com uma de polaridade positiva, geram-se quantidades enormes de energia e é partindo dessa constatação que muitas técnicas de autodesenvolvimento produzem seus resultados tão poderosos. Unindo certas correntes energéticas de polaridades opostas em centros de força específicos no corpo, os praticantes de yôga conseguem gerar contingentes gigantescos de energia e, conseqüentemente, o yogue tem o seu estado de consciência alterado, penetrando em zonas mais elevadas, onde, geralmente, a consciência passa a se manifestar acima das emoções e da mente. Lembre-se, também, de que foi a partir do uso da força das polaridades que a sociedade moderna teve início. Simplesmente, aprendemos a utilizar com maestria o poder gerado pela união da água ( - ) com o fogo ( + ) e, assim, surgiu o motor a vapor. 

O homem é fogo e a mulher é água

Mas de que forma isso se aplica a nós, seres de carne e osso? Bem como é de conhecimento comum para quem se dedica ao estudo das leis do universo, a mulher possui polaridade negativa e, portanto, possui os atributos do elemento água, pois a mulher acalma, nutre, restaura, refresca, gera a vida. O homem, por outro lado, é de polaridade positiva e está relacionado aos atributos do fogo, afinal, o homem é análogo ao calor, caça, destrói, conquista pela força e combatividade. Então, energeticamente falando, quando ambas as forças se unem, como num intercurso sexual, por exemplo, muita energia é gerada e a magia da criação de uma nova vida se sucede.
Então, é por essa razão que tendemos a buscar sempre o nosso oposto, embora isso não signifique que buscamos alguém completamente diferente de nós. Nós apenas ansiamos pela polaridade oposta, afinal, só assim geraremos a energia necessária para o despertar de nossas potencialidades. Contudo, infelizmente, esse propósito iniciático das relações foi esquecido há muito tempo. Atualmente, movidos por um cego impulso, buscamos no outro algo que não sabemos definir. Então, esperamos muito encontrar alguém e, quando o fazemos, geralmente a energia que fora designada para gerar autoconhecimento e libertação é, nesse momento, utilizada para aprisionar, desgastar e traumatizar a ambos os envolvidos.

O fertilizante

Infelizmente, as energias conhecidas genérica e vulgarmente como espirituais operam principalmente como fertilizante, ou seja, elas apenas evidenciam aquilo que você possui em seu interior. Por isso, se executar qualquer trabalho que gere bastante energia “espiritual”, tal prática poderá lhe transformar ou em uma pessoa extremamente refinada, se, durante toda a sua jornada você se lapidar nesse sentido, ou em uma pessoa extremamente difícil de se estabelecer convivência. E é justamente por isso que algumas pessoas envolvidas com a espiritualidade são intolerantes e verdadeiras fontes de desarmonia. Agora você entende a razão pela qual os mestres trabalham tão arduamente o caráter dos seus pupilos, afinal, se não houver tal precaução, poderá irromper o que há de pior no pretendente a Daniel Sam.   
Então, o casal de pombinhos se encontra e, repletos de um vazio incomensurável, começam a flertar com a energia mais potente que existe na terra: a energia sexual. E, em pouco tempo, como não se fortaleceram o suficiente e se encontram dominados por fraquezas como posse, insegurança, medo e total falta de autoconhecimento, logo, todas essas características serão ampliadas em função da energia sexual, que é um super fertilizante. Em seqüência, nota-se que a paixão se transforma em um desarranjo cada vez maior. Todas as frustrações e carências se agigantam, tornando o potencial libertador, construtivo e inspirador de uma união poderosa em uma novela mexicana de parco orçamento.

Torne-se aquilo que você procura

Por isso, antes de sair por aí procurando delirantemente sua polaridade oposta, é melhor se trabalhar como pessoa. Quer um grande homem? Então, transforme-se em uma mulher de envergadura superior, também, valendo o mesmo para os homens. Claro que essa jornada de desenvolvimento não se aprende apenas pela leitura de um texto. Contudo, segue uma sugestão confiável de autoavaliação: enquanto você sentir a necessidade de alguém, é bem provável que você não esteja preparado para esse alguém. Seja um antes de ser dois!