
Valorize
a mensagem, não o mensageiro
Percebi que pouco importa o conhecimento que
fora passado, pois o que realmente é relevante para a maioria das pessoas é o
personagem que o transmite! Afinal, já participei de várias palestras, cursos e
eventos relacionados ao autoconhecimento, que, na maior parte das vezes, ensinavam
apenas fragmentos ou então alegorias e mimetismos enfeitados e, francamente, eu
até me envergonhava de ter participado de muitos desses cursos. Mas, quando eu
olhava para os lados, as pessoas estavam envolvidas e, de certa forma,
satisfeitas com aquela encenação. O ministrante, entretanto, era uma indiano do
Rajastão ou, então, professor de um outro lugar qualquer, sempre se tratava de
um personagem com uma história melodramática servindo de pano de fundo. Assim,
percebi que as pessoas participavam desses eventos não para aprender e sim para
cultuar.
Parecer
ser
Vivemos em uma era onde todos apenas parecem
algo. Parecem ser felizes, bem sucedidas, inteligentes, embora dificilmente os
sejam. Observando suas fotos nas redes sociais, vê-se que estão felizes, gozando
de vidas perfeitas, relacionamentos incríveis e edificantes. Suas descrições a
respeito de si mesmos também demonstram seus profundos conhecimentos do self.
Mas onde estão os deprimidos e os “sem rumo”? Então, basta você encontrar
aquela pessoa pessoalmente para que os problemas e as lágrimas comecem a romper
os disfarces. Em geral, não nos importa se o que vemos é verdade ou não, apenas
que pareça ser. Portanto, se tem barba branca, é mestre!
Agora que você já sabe que o parecer já
basta, não saia de casa sem sua fantasia.
O
FarFalhar das folhas
As pessoas perderam completamente a
capacidade de aprender, pois deixaram de perceber os ensinamentos velados em
todas as coisas em volta. Agora precisam de um mestre, um velhinho com barba
branca que veio dos Himalaias para lhes dizer o que fazer das suas vidas.
Deixamos de aprender com nós mesmos, com o simples farfalhar das folhas.
Deixamos de enxergar os mestres ocultos, que possuem as lições mais reais e
verdadeiras. Tudo isso porque não queremos ser responsáveis por nossas
escolhas, deixando que o Barba Branca se encarregue dessa tarefa, pois, se ele
errar, podemos acusá-lo de charlatão e, assim, mantemos nossa inocência.
Abrimos mão da responsabilidade, do controle, queremos ser guiados o tempo
todo. Aguardamos esse mestre iluminado que vai nos salvar, as crianças índigo
que vão mudar a frequência do planeta e nos ensinar um novo modo de viver.
Hahaha... Aliás, que os mestres se apiedem das almas dessas crianças índigo,
que irão viver sob a punição severa de seus pais e, provavelmente, se tornarão
bombas-relógio, suicidas, desajustadas. Raros são os pais que não encaram a
paternidade como um cargo, dentro do qual eles são inquestionáveis. Como,
então, essas pessoas vão aprender com os filhos? Vivemos esperando as mudanças
e os avatares que virão um dia de algum lugar muito distante. Mas posso
garantir que eles já estão em sua casa, basta se olhar no espelho. O mestre
está em todos os lados para quem estiver disposto a se tornar um.
Boa jornada!
Texto: Roger Ramos
Texto: Roger Ramos
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